Brasil pede ao G20 que sucessor de Strauss-Kahn seja eleito por consenso

18/05/2011 22:36

 O Governo brasileiro enviou nesta quarta-feira uma carta aos demais países integrantes do Grupo dos 20 (G20, bloco das principais nações ricas e emergentes) para pedir que o sucessor do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, seja eleito por consenso entre os membros.

"O Brasil sempre apoiou a posição de que a seleção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidadão europeu", diz a carta, remetida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgada pelo Governo.

Mantega disse, no entanto, que Strauss-Kahn ainda não renunciou e lembrou que o atual diretor-gerente do FMI tem "direito irrestrito à defesa" da acusação de ter supostamente cometido crimes sexuais contra uma camareira de um hotel de Nova York, motivo pelo qual está detido nos EUA desde sábado.

"O FMI não pode ficar para trás neste processo de mudança institucional. Se o Fundo quer ter legitimidade, seu diretor-gerente deve ser selecionado somente após ampla consulta com os países membros. Conforme antes acordado, a seleção deve ser baseada no mérito e sou da opinião de que isso significa que nenhuma nacionalidade pode ser excluída", prosseguiu.

O ministro brasileiro pediu que a sucessão de Strauss-Kahn não seja realizada de forma "precipitada", apesar da pressa "compreensível" de alguns países europeus.

Em sua opinião, o processo de escolha de um novo diretor-gerente "deve assegurar a representatividade e a legitimidade do FMI". Além disso, considerou que quem ocupar esse cargo no futuro deve ser uma pessoa "altamente qualificada", com experiência e uma "sólida formação técnica e política".

"Essa pessoa também deve representar um número maior de países membros, ser aberto à necessidade de mudanças e reformas, e capaz de compreender a ampla variedade de desafios enfrentados diversas partes do mundo", ressaltou.

O FMI indicou no domingo passado que o número 2 da entidade, o americano John Lipsky, ficava temporariamente a cargo da instituição como parte de seu protocolo de funcionamento, após a prisão do atual diretor-gerente.

 

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